Este Natal, não me dês Chanel. Nem agora ou nunca. Ou Louboutin, eu não sei andar de sapatos altos. Na verdade, não me ofereças marcas que soem elaboradas, francesas ou italianas.

Eu não sou assim.

Não me dês jóias brilhantes, não sou de brilhos exagerados ou de mostrar que tenho o que não sou.

Não me ofereças sapatilhas caras, só quero um par que me faça querer dançar e percorrer ruas desconhecidas.

Dá-me perfumes que deixem cheiro nos corredores, roupas que me aconcheguem, gomas vermelhas e brancas e fruta de Inverno. Dióspiros e romãs.

Este Natal, se me embrulhares em abraços beija-me a face e o pescoço. Deixa o teu cheiro na minha pele, o teu batom na minha bochecha e faz-me cócegas com os pelos da tua barba.

Este Natal, se me pedires em casamento, enfeita o meu dedo com um anel que tenha história. Que seja em segunda ou terceira mão, para que a anilha finalmente saiba o que é uma história de amor feliz.

Que os teus presentes sejam embrulhados em folhas de jornal, com notícias de esperança e mudança. Que o teu presente me faça sorrir e fique comigo até que não precise de mais nada.

Neste Natal, dá-me o teu tempo. Sem telemóveis, selfies e sem a vida dos outros. Vamos reavivar o que é nosso, as nossas memórias, estórias de rir de boca cheia e de choro sentido.

Este Natal, quero-te perto. Na verdade, era quero-te sempre perto e não só no Natal. Todavia, a vida leva-nos para outros caminhos, desafia-nos a explorar mundos, conhecer outras pessoas e criar outras memórias. Sem que percamos o que é nosso, o teu lugar em mim é só teu, para sempre.

Por isso, este Natal oferece-me nós, embrulhado em amor, e eu dar-te-ei o mesmo. E também chocolates e vinho tinto.

Feliz Natal.

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